A primeira lembrança é de uma grande cidade que há poucos anos era cortada por um infindável e vergonhoso muro. Inicialmente, após a Segunda Guerra, Berlim foi dividida em quatro setores de ocupação: norte-americano, francês, britânico e soviético. A construção do Muro de Berlim separou o último setor (oriental e socialista) dos demais (ocidentais e capitalistas). Quem estava do lado de lá, não podia vir para o lado de cá, e vice-versa!
É muito provável que, independente de sua idade, você tenha visto ou guardado imagens que as TVs do mundo transmitiram de jovens alemães quebrando a mais palpável versão de concreto da Cortina de Ferro. Pedaços dele ainda permanecem, como memória viva do que Berlim foi e é.
História, aqui, convive com arte, cultura, tecnologia, boemia e política. Além de ser a capital, é a mais importante cidade-estado alemã. A noite é outra vida, com agitados bares pelas calçadas, pontos turísticos iluminados, boates com som eletrônico em alto volume e festas underground como pouco se vê.
Sede de um dos mais importantes festivais de cinema do mundo, Berlim tem seu dialeto próprio, o que não chega a ser problema para quem fala alemão, e muito menos para quem não fala. O lado oriental vale como um bônus: andar por suas ruas revela outra Berlim, mais pitoresca, apaixonante e misteriosa.
Se você conseguir desvendar um pouco mais a cidade, talvez conheça um lado intrigante. A queda do Muro, em 1989, e a reunificação oficial, em 1990, expuseram duas diferentes realidades sociais e econômicas: a partilha de concreto virou pó, mas a discriminação cultural entre ocidental e oriental não é inexistente. |